Minha Calábria do Brasil – Rogerio Galloro
Antes de ouvir algo sobre a lingüiça calabresa ou o “temperamento forte” dos calabreses radicados no bairro do Bexiga em São Paulo meu primeiro contato com essa gente maravilhosa foi em casa. Neto de calabreses oriundos da Província de Vibo Valentia, mais precisamente da Comune de San Nicola da Crissa, sempre ouvi histórias de meu avô, minhas tias e de meu pai sobre a vida difícil na Itália no final do Século XIX e início do Século XX e das agruras e aventuras de nossos ascendentes na travessia do Oceano Atlântico, do porto de Nápoles até o de Santos e depois a dura vida nos cafezais do Noroeste Paulista.
Minha família “Galloro” radicou-se inicialmente em Viradouro, depois em Floreal e finalmente, fincou raízes em Votuporanga, todas cidades do interior do Estado de São Paulo.
Rodei o Brasil e o mundo a trabalho ou a passeio mas foi em Roma, em 2005 que encontrei pessoas com tamanha identidade cultural e física, em comparação aos meus familiares, que cheguei a me sentir em casa. Os narizes aduncos, a expressão séria e as vezes carrancuda, que não resistem a uma piada ou ao encontro de um amigo para se abrir em sorriso largo e fortes palmadas nas costas, as vezes, em comentários simples, até as lágrimas chegam a correr. O barulho de gritos e buzinas nas ruas, o mal humor dos garçons contrastam, ao mesmo tempo, com a disposição de ajudar um transeunte perdido.
Meus avós são falecidos, alguns tios também, mas suas histórias e informações foram suficientes para me auxiliar na busca pelos registros de meus antepassados que resultaram no reconhecimento pelo governo da Itália de minha cidadania italiana, transmitida aos meus dois filhos. Minha esposa, também descendente de italianos do norte, Montegalda, Vêneto, conseguiu há algum tempo sua cidadania.
Aprendemos um pouco de italiano, sempre com a lembrança do sotaque e das palavras até então incompreensíveis de nossos “nônos” e em dezembro último seguimos eu, minha esposa e os dois filhos a Orlando, EUA, onde ingressamos naquele país sem a necessidade de visto de turista. Não bastassem todas as lembranças da infância, lá no interior de São Paulo, ou as pesquisas que me remeteram à Calábria sem mesmo nunca ter estado lá, ou até a visita à Roma, aquele momento no aeroporto internacional de Orlando foi de sentimento ambíguo, de profundo orgulho por meus avós de terem vindo para o Brasil e construído uma família honrada aqui e também de ser um cidadão europeu.
Ser brasileiro ou italiano pode trazer vantagens ou desvantagens dependendo do momento político, econômico ou social, bem como de onde estamos ou vamos, mas o mais importante é ser fruto dessa maravilhosa miscigenação brasileira e ter o sangue de gente tão trabalhadora, apaixonada e forte como os calabreses.
Rogério Augusto Viana Galloro é delegado de Polícia Federal, formado em direito em São Paulo, com MBA pela FGV em Gestão de Políticas de Segurança Pública. Atualmente exerce a função de Diretor de Administração e Logística Policial da Polícia Federal. Atuou em inúmeras áreas da Polícia Federal, coordenou o projeto do atual passaporte brasileiro, representou o Brasil e sua instituição em mais de onze países.
Traduzione:
Prima ancora di aver sentito parlare sulla salsiccia calabrese o sul “forte temperamento” dei calabresi radicati nel rione Bexiga di San Paolo Il mio primo contatto con questa meravigliosa gente é stato in casa. Nipote di calabresi oriundi della Provincia di Vibo Valentia, esattamente da Comune di San Nicola da Crissa, sempre ho ascoltato le storie dei miei nonni, delle mie zie e di mio padre sulle difficoltá della vita in Italia trá la fine del Secolo XIX e l’inizio del Secolo XX e dalle difficoltá e avventure dei nostri antenati nella navigazione dell’Oceano Atlantico, dal porto di Napoli fino a quello di Santos e dopo la dura vita nelle fazende di caffé del nord-est Paulista.
La mia famiglia “Galloro” si radico inizialmente in Viradouro, dopo in Floreal e finalmente, ha messo radici in Votuporanga, tutte cittá dello Stato di San Paolo.
Ho girato Il Brasile e Il mondo per lavoro e turismo ma é stato a Roma, nel 2005 che ho incontrato persone con un’enorme identitá culturale e fisica, comparandoli ai miei familiari, e sono arrivato a sentirmi in casa. I nasi aquilini, l’espressione seria e a volte corrucciata, che non resistono ad una barzelletta o a un’incontro di un’amico per aprirsi ad un largo sorriso e a forti paccate nelle spalle, alle volte, anche in semplici chiacchierate, perfino le lacrime iniziano a scorrere. Il chiasso delle grita e dei clacson nelle strade, I’umore burbero dei camerieri contrastano, allo stesso tempo, con la disposizione a aiutare un vagante perso.
I miei nonni sono giá morti, come anche alcuni zii, ma le loro storie e informazioni sono stati sufficienti ad aiutarmi alla ricerca dei registri dei miei antenati che é risultato nel riconoscimento dal governo dell’Italia della mia cittadinanza italiana, trasmessa ai miei due figli. La mia sposa, oriunda di italiani del nord, Montegalda nel Veneto anche lei é riuscita ad ottenere la cittadinanza da piú tempo.
Abbiamo imparato un poco d’italiano, sempre con Il ricordo della pronunzia fino allora inconprensibile dei nostri “nonni” e lo scorso dicembre siamo stati io, mia moglie e i miei due figli a Orlando negli USA, dove siamo potuti entrare in quel paese senza la necessitá del visto di turista. Non bastassero tutti i ricordi dell’infanzia, la nello stato di San Paolo, alle ricerche che mi collegano alla Calabria senza mai essere stato li, o alla visita a Roma, in quel momento nell’aeroporto Internazionale di Orlando ho provato un sentimento ambíguo, di profonfo orgoglio dei miei nonni che sono venuti in Brasile a costruire una onorata famiglia qui ed anche di essere un cittadino europeo.
Essere brasiliano o italiano puó trarre vantaggi o svantaggi dipendente dal momento politico, economico o sociale, e dove siamo o andiamo, ma la cosa piú importante é essere frutto di questo incrocio di razze brasiliano ed avere Il sangue di gente tanto lavoratrice, appassionata e forte come i calabresi.
Rogério Augusto Viana Galloro é Ispettore della Polizia Federale, laureato in giurisprudenza a San Paolo, con MBA (Master) per FGV (Fondazione Getulio Vargas) in Gestione di Politiche della Sicurezza Pubblica. Attualmente svolge la funzione di Direttore dell’Amministrazione e Logistica Poliziale della Polizia Federale. Ha attuato in varie aree della Polizia Federale, ha coordinato Il progetto dell’attuale passaporto brasiliano, ha rappresentato Il Brasile e la sua istituzione in piú di undici paesi.